O AEE para Pessoas com Surdez
Textos sobre o Atendimento Educacional Especializado para aluno surdo.
Livros sobre o Atendimento Educacional Especializado.
A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Surdocegueira e Deficiência Múltipla
A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Livro Acessível e Informática Acessível
Portal de Ajudas Técnicas - Recursos para Comunicação Alternativa
Inclusão
Escolar x Escola Inclusiva
O termo educação inclusiva supõe a disposição da escola de atender a diversidade total das necessidades dos alunos nas escolas comuns.
Isto pode ser conseguido por meio de um ambiente de aprendizagem escolar que tenha altas expectativas a respeito de seus alunos, que seja seguro e acolhedor e que entenda a diferença como um fator positivo.
A educação inclusiva tem sido discutida em termos não somente de novas estratégias de ensino, mas de maneira bem mais ampla como ações que levem a reformas escolares, melhorias nos programas de ensino e novas medidas de justiça social.
Por isso, a inclusão pressupõe uma escola que se ajuste a todas as crianças, em vez de esperar que uma determinada criança com deficiências se ajuste a escola.
Mas, acima de tudo, é necessário que se entenda que a escola tem a tarefa de ensinar aos alunos a compartilharem o saber, os sentidos das coisas, as emoções; a discutir e a trocar experiências e pontos de vista.
Neste sentido, a escola tem um compromisso primordial e insubstituível: introduzir o aluno no mundo social, cultural e científico; e isto é direito incondicional de todo o ser humano, independente de padrões de normalidade estabelecidos pela sociedade ou pré-requisitos impostos pela escola.
A administração da escola deve encorajar práticas inovadoras e o planejamento ser feito de forma colaborativa entre todos os seus integrantes incluindo também a família e os alunos.
Uma escola inclusiva deve ser capaz de orientar o ensino e a formação, tendo em vista a cidadania, imbuída de uma clara noção de que a excelência humana é superior a excelência puramente acadêmica.
A partir das ideias expostas acima, disponibilizamos no nosso site, vários textos que convidam a uma reflexão mais aprofundada sobre as bases da Inclusão Escolar.
Para saber mais: Links para Publicações e Textos (arquivos em formato PDF - requerem leitor tipo Adobe Reader):
Quem atua no Atendimento Educacional Especializado (AEE)?
O professor do AEE acompanha e avalia a funcionalidade e a aplicabilidade dos
recursos pedagógicos e de acessibilidade na sala de aula comum e nos demais ambientes da escola, considerando os desafios que estes vivenciam no ensino comum, os objetivos do
ensino e as atividades propostas no currículo, de forma a ampliar suas habilidades, promovendo sua aprendizagem. Este atendimento prevê a criação de redes intersetoriais de
apoio à inclusão escolar, envolvendo a participação da família, das áreas da educação, saúde, assistência social, dentre outras, para a formação dos profissionais da escola, o acesso a serviços e recursos específicos, bem como para a inserção profissional dos estudantes.
Para atuar no Atendimento Educacional Especializado o professor deve ter uma formação especializada.
Essa formação se dá mediante o previsto pela Resolução CNE /CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001, no artigo 18, § 1º, que expressa que:
- 1º São considerados professores capacitados [...] aqueles que comprovem que, em sua formação, de nível médio ou superior, que foram incluídos conteúdos sobre educação especial adequado ao desenvolvimento de competências e valores para [...] perceber as necessidades educacionais especiais dos alunos e valorizar e educação inclusiva.
- 3º Os professores especializados em educação especial deverão comprovar formação em cursos de licenciatura em Educação Especial ou em uma área específica. [...] ou complementação de estudos de pós-graduação em área específica da educação especial. (BRASIL, 2001).
No caso da escola pública sem oferta do AEE
Antes de culpar a direção da escola pública e seus professores, saiba que pode ser muito difícil equipar uma escola para a inclusão. O professor solicita recursos para a direção da escola, que por sua vez solicita para a secretaria municipal de educação.
E se a secretaria de educação do meu município diz que não tem como atender?
Faça uma denúncia ao ministério público. Parece um pouco assustador, mas esse é o procedimento padrão hoje, infelizmente. Se seu município não dá ao seu aluno o que é dele por direito, então denuncie ao ministério público.
Desafios do AEE
Vou citar agora alguns exemplos comuns dos desafios diários entre a escola e o AEE
Exemplo 1 - O aluno surdo que está sendo alfabetizado
É direito do aluno surdo estar matriculado em uma escola comum próxima de sua residência.
Esse aluno está assistindo aulas para ser alfabetizado em língua portuguesa na sala de aula comum, por uma professora com licenciatura em pedagogia, sem especialização específica, sem conhecimento de Libras.
Se esse aluno souber Libras, na sala de aula comum deverá ter um intérprete de Libras para que o aluno e seu professor possam se comunicar.
Caso o aluno ainda não saiba Libras, deverá aprender com um instrutor de Libras preferencialmente na própria escola comum, ou em um centro especializado.
É papel do AEE ensinar Libras ao aluno e oferecer um intérprete de Libras para a sala de aula comum. Sem o AEE fica impossível que o aluno surdo tenha acesso pleno ao currículo da sua aula de língua portuguesa.
12 importantes atribuições do professor de AEE
Parece que o professor do AEE tem uma lista interminável de atribuições e funções. Esse versátil profissional tem muitos desafios e compromissos, além de uma grande responsabilidade. Dê uma olhada em algumas importantes atribuições:
1# O professor especialista do AEE deve identificar as NEE; definir,implementar, liderar e apoiar a implementação de estratégias de flexibilização; realizar a adaptação curricular, bem como os procedimentos didáticos pedagógicos e práticas alternativas; e trabalhar em equipe.
2# Reservar um dia da semana para planejamentos e estudos coletivos, envolvendo Coordenador Pedagógico, Professor Regente, Profissional de Apoio à Inclusão, Intérpretes de Libras, Instrutor de Braille/Libras.
3# Promover encontros mensais com os pais e/ou responsáveis pelos estudantes para socialização acerca de seu desenvolvimento e aprendizagem.
4# Organizar no AEE os recursos pedagógicos e de acessibilidade para os estudantes público-alvo da educação especial.
5# Reservar um dia da semana para planejamentos e estudos coletivos, envolvendo Coordenador Pedagógico, Professor Regente, Profissional de Apoio à Inclusão, Intérpretes de Libras, Instrutor de Braille/Libras.
6# Promover encontros mensais com os pais e/ou responsáveis pelos estudantes para socialização acerca de seu desenvolvimento e aprendizagem.
7# Organizar no AEE os recursos pedagógicos e de acessibilidade para os estudantes público-alvo da educação especial.
8# Registrar a frequência, diariamente, num diário escolar oficial.
9# Elaborar o Plano de Desenvolvimento Individual a ser executado e registrar o desenvolvimento e dificuldades dos estudantes atendidos.
10# Atender aos estudantes, duas vezes por semana, perfazendo um total mínimo de duas horas aulas semanais (conforme o planejamento da escola)
11# Participar da elaboração do regimento interno da unidade educacional, bem como do Projeto Político-Pedagógico.
12# Reconhecer as necessidades de recursos pedagógicos e de Tecnologia Assistiva que melhor atendem o estudante na escola comum.
Referências
MANTOAN, Maria Tereza Egler, Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer? SP: Moderna, 2003.
RADABAUGH, Mary Pat. Study on the Financing of Assistive Technology Devices of Services for Individuals with Disabilities - A report to the president and the congress of the United State, National Council on Disability, Março 1993
GALVÃO FILHO, T. A. A Tecnologia Assistiva: de que se trata? In: MACHADO, G. J. C.; SOBRAL, M. N. (Orgs.). Conexões: educação, comunicação, inclusão e interculturalidade. 1 ed. Porto Alegre: Redes Editora, 2009.
LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002 - Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências.
DECRETO Nº 5.626, DE 22 DEZEMBRO DE 2005 - Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 dezembro de 2000.
LEI Nº 11.796, de 29 de Outubro de 2008 - Dia Nacional dos Surdos.
LEI Nº 12.319, DE 1º DE SETEMBRO DE 2010 - Regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais - Libras.
Rodrigo Pimenta, professor especializada educação especial e inclusiva em Libras
Atendimento Educacional Especializado para aluno surdo