Associação de Surdos de Santana usam a tribuna da Alap e expõe dificuldades pela barreira da comunicação

31/08/2017

A convite do deputado Paulo Lemos (PSOL), o presidente da Associação dos Surdos de Santana, Rodrigo Pimenta dos Santos (31), usou o Grande Expediente da Assembleia Legislativa do Amapá (Alap), nesta quarta-feira, 31, para expor as dificuldades enfrentadas pelos 48 associados que representa. A entidade tem como principal bandeira de luta a conquista por oportunidades de trabalho, além do reconhecimento da capacidade intelectual dos deficientes auditivos por parte da sociedade, empresas e governos.

Dos 48 associados de Santana, pelo menos sete possuem nível superior e especialização, mas, por conta de barreira imposta pela comunicação, muitos são preteridos por empresas, e até pelo poder público, quando disputam a uma vaga de trabalho. "A sociedade não nos respeita pelo simples fato de não conhecerem a nossa realidade. Isso faz com que nos sintamos a margem. Nessa questão, envolvem-se pessoas e gestores públicos", desabafa o presidente, contado por meio da intérprete em Libras, a professora estadual Izabel Souza.

Rodrigo pimenta é pedagogo especializado em educação especial. Chegou a trabalhar por seis meses como contrato administrativo. Ele não entende o motivo da dispensa, mas acredita que a dificuldade de se comunicar foi o maior dos empecilhos. "Não há sentido em contratar surdos para um trabalho se o corpo técnico com o qual eles convivem nesses ambientes não sabe se comunicar em Libras. Muitas vezes, é preciso um familiar acompanhar o deficiente em seu local de trabalho", relata.

Presidente da Comissão Parlamentar que elabora o concurso público da Alap, Lemos disse que se reunirá com a Procuradoria da Casa para verificar a condição de garantir vagas específicas aos surdos no certame, dentro da cota garantida por lei aos deficientes físicos.

"Acredito ser possível alinharmos essa questão para contemplar esses cidadãos e garantir a eles total inserção social", avalia Paulo Lemos. O deputado é autor de Lei sancionada que garante total acessibilidade aos deficientes visuais para realização das provas, disponibilizando ledores e provas ampliadas, por exemplo, nos concursos públicos promovidos pelo Executivo Estadual.

Sensibilizada pelo apelo da Associação dos Surdos de Santana, a Mesa Diretora garantiu investimento na capacitação de servidores, no aprendizado da Linguagem Brasileira de Sinais [Libras], por meio da Escola do Legislativo. Segundo estimativa do presidente Rodrigo, existem cerca de mil cidadãos surdos em todo o Amapá.


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